Mercado de pescado eleva Pará ao posto de maior consumidor da proteína no Brasil
Entre 2020 e 2030, o crescimento anual na produção de peixes e camarões no Pará será de 20%. É o que aponta o Plano Estadual de Desenvolvimento da Aquicultura no estado, elaborado ainda no primeiro semestre desse ano. Com a projeção, o governo local prevê um maior desenvolvimento da cadeia aquícola, com aumento da produção, geração de emprego e renda e mais segurança alimentar.
Por ser a proteína animal mais consumida do mundo, o pescado tem um mercado em ascensão, segundo um estudo da REDES, elaborado pela Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), em parceria com a Norte Energia S.A. A pesquisa reforça a importância da pesca e da aquicultura para o estado pertencente à região Norte. O foco do diagnóstico foi a região do Xingu, compreendendo os municípios de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio, Vitória do Xingu, Medicilândia, Pacajá, Placas, Porto de Moz e Uruará, além de Gurupá, na região do Marajó, e São Félix do Xingu, na Região do Araguaia.
No ano passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, ainda, que a produção de peixe cultivado no Pará, com base em 2018, foi de 13,5 mil toneladas. A de camarão somou 60 toneladas, enquanto a de moluscos, como as ostras, chegou a 70 toneladas.
Em 2016, segundo o estudo da REDES, o mercado de peixes superou o de carnes suína, de aves e bovina, totalizando uma produção de 170,9 milhões de toneladas. Nesse mesmo ano, 90,9 milhões de toneladas foram oriundas da pesca e 80 milhões de toneladas advindas da aquicultura. Desse total, 151,2 milhões de toneladas foram usadas na alimentação humana. De acordo com a pesquisa, a tendência é de que esse consumo continue crescendo, estimulado principalmente pela busca das pessoas por alimentos mais saudáveis e pela contínua melhoria dos canais de distribuição dos produtos.
O Pará está no ranking dos estados que mais consomem pescado no Brasil, segundo o relatório da Fiepa. A produção do Pará é projetada em cerca de 150 mil toneladas, com 140 mil toneladas oriundas da pesca e 10 mil toneladas advindas da aquicultura. Pesca marinha, pesca continental, aquicultura continental e maricultura são as principais responsáveis pela produção paraense.
O número rendeu ao estado paraense a primeira posição no ranking nacional de pescado oriundo do extrativismo, condição mantida há um longo período, de acordo com as estatísticas oficiais. A pesca é considerada uma das atividades mais tradicionais do cenário amazônico, incluindo o Pará. Entre os principais municípios em termos de desembarque pesqueiro, estão a capital Belém, Santarém e Tucuruí, entre outros.
Mas ainda há barreiras a serem enfrentadas. A falta de um marco regulatório da atividade ainda impede que a atividade seja, de fato, mais bem aproveitada.
Fonte: Brasil 61
Foto: Weldon Luciano