Potencial geopolítico consolida emancipação do Baixo Amazonas e favorece criação de novo estado
Embora não seja reconhecido como um estado, a região do Baixo Amazonas, do ponto de vista geopolítico, apresenta potencial para consolidar uma futura emancipação, mudando o mapa do Norte do Brasil. É a análise do mestre em Ciência de Engenharia, César Calderaro, professor universitário e gestor de Política e Estratégia, que participou de uma das reuniões do Desenvolvimento Regional Sustentável (GGI-DRS). Na ocasião, ele abordou diversos aspectos sobre integração regional.
“Em termos geopolíticos, é uma questão de tempo essa região se organizar em torno de Santarém, Óbidos, Monte Alegre, Juruti e a cidades do Baixo Amazonas para estabelecer estratégias que consolidem a regularização fundiária, do extrativismo, da mineração, do uso das terras indígenas e quilombolas. Isso tudo vai naturalmente demandar uma integração através do rio e das estradas que já existem e que apenas precisam ser interligadas com o restante do país”, analisa Calderaro.
Calderaro analisa ainda que, o Baixo Amazonas, apesar de ficar próximo de Manaus e Belém, não pode ser influenciado por elas. “Belém percebe e atua melhor na área metropolitana, na zona do Salgado Bragantino, no Marajó e olha para o Nordeste e para o Sul do Brasil, para a Europa, EUA e também para a Ásia. As distâncias restringem muito as ações de governo do Pará no Baixo Amazonas. Manaus olha para o Norte, para o Oeste, pelo Solimões e seus afluentes e, para o Sul, pelo Madeira, hoje, hidrovia de intenso movimento. Por imposição da geografia, Manaus muito pouco percebe e influencia o Baixo Amazonas”, destaca.
Neste contexto, é necessário que Santarém, o maior polo da região, assuma a vocação de liderança junto com os demais municípios para que possam traçar alternativas de desenvolvimento, rompendo o isolamento.
“Quem tem condições de influenciar e gerenciar a política e estratégia necessária para o Baixo Amazonas é Santarém, que por meio da BR-163 asfaltada, passa a ser o polo de brasilidade a forçar a passagem para o lado norte do rio Amazonas abrindo espaço para a consolidação da ocupação dessas áreas”, conclui Calderaro.
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