SECA NA AMAZÔNIA AGRAVA CONDIÇÕES DE VIDA DE RIBEIRINHOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS

A Amazônia está enfrentando uma das piores secas das últimas décadas, afetando gravemente o cotidiano de ribeirinhos e comunidades tradicionais. A falta de água potável, a escassez de alimentos e a dificuldade no acesso a serviços básicos, como saúde e educação, têm deixado milhares de pessoas em situação degradante. A estiagem deve persistir até novembro, segundo previsões meteorológicas, prolongando o sofrimento de moradores por pelo menos mais 60 dias.

Saúde e educação em crise

O acesso a serviços básicos, como saúde e educação, está cada vez mais comprometido. Postos de saúde em áreas remotas têm dificuldade de operar, já que o transporte fluvial, que serve de principal via para atendimento, foi drasticamente afetado pela baixa dos rios. Além disso, crianças ribeirinhas e indígenas estão impossibilitadas de frequentar escolas, pois as viagens de barco até as instituições educacionais foram interrompidas.

Em vídeo postado nas redes sociais, o coordenador do Projeto Saúde e Alegria, Caetano Scannavino relata o problema enfrentado pela comunidade Parauá, na Resex Tapajos-Arapiuns

“Estamos no apoio às comunidades da região, agora na margem esquerda do Baixo Tapajós, onde a situação da estiagem costuma sempre ser mais crítica. Já está difícil o deslocamento, o transporte escolar, os serviços básicos de saúde, a chegada de materiais, etc…  E a coisa ainda vai piorar, com o rio que seguirá baixando até novembro”, destaca Caetano.  

No vídeo, é possível acompanhar o depoimento de Natal Caetano, agente de saúde que atua na região. “A gente tem a expectativa que esse ano ela seja a maior seca de todos os tempos. A Enseada do Amorim, Cabeceira, Pajurá, Limãotuba, todas essas comunidades já estão isoladas aqui. É muito difícil!”, conclui Natal.

Futuro incerto

Com a previsão de mais 60 dias de estiagem severa, as perspectivas para as comunidades amazônicas são sombrias. Organizações humanitárias, órgãos ambientais e governamentais estão correndo contra o tempo para minimizar os impactos, mas a falta de infraestrutura e a extensão da crise climática deixam um cenário de incerteza para o futuro da Amazônia e de seus povos.

A crise não apenas agrava a situação humanitária, mas também expõe a fragilidade da região diante das mudanças climáticas e da ausência de medidas de enfrentamento a longo prazo.

Imagens: Pedro Alcântara e Caetano Scannavino / Projeto Saúde e Alegria

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