PREGUIÇA GIGANTE: FÓSSIL REVELA PRESENÇA DE ANIMAL EM CAVERNA NO PARÁ
A descoberta de uma vértebra de um animal de grande porte, de preguiças gigantes chamada Mylodontidae, foi o resultado do trabalho de pesquisadores do Grupo de Estudos em Paleontologia (Gepaleo) do Instituto de Estudos do Xingu da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), que desde 2022, realizam varredura visual nos pisos, paredes e tetos na Caverna Paraíso, localizada no município de Aveiro, no oeste do Pará. A iniciativa foi financiado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa)
O Fóssil pertence à família de preguiças gigantes chamada Mylodontidae, que habitaram o local, possivelmente, no período Quaternário, conhecido como “Era do Gelo”. Essas preguiças gigantes deveriam apresentar entre três e quatro metros de altura e podiam pesar até duas toneladas.
O achado pode mudar o que se sabe sobre a vida pré-histórica na região Amazônica. De acordo com os pesquisadores, a existência de preguiças gigantes na região é atribuída ao período Mioceno (entre 23 e 5 milhões de anos).
A partir da nova descoberta, acredita-se que espécie tenha vivido por um período maior do que o estimado. Um processo de análise de DNA deve fazer um levantamento mais detalhado sobre o animal para ajudar a entender sobre suas relações de parentescos com outras espécies. Extintas há mais ou menos 10 mil anos, as preguiças gigantes fazem parte da megafauna, ou seja, o conjunto de animais com grandes proporções corporais que habitaram o Brasil até o surgimento do homem.
Descoberta rara
Apesar de todos os esforços e resultados obtidos, ainda não foi encontrado um sítio adequado para uma escavação detalhada no Pará. Segundo os pesquisadores, os fósseis só se formam em condições excepcionais e estão sujeitos à destruição pela erosão durante milhares de anos, de forma que encontrá-los em grande quantidade é o equivalente a ganhar na loteria. Através do incentivo aos estudos, novas áreas vão sendo mapeadas, o que pode favorecer novas descobertas sobre o patrimônio paleontológico do Pará e a história evolutiva da Amazônia.
Caverna Paraíso
É a maior cavidade natural conhecida na Amazônia até o momento, atingindo mais de sete quilômetros de extensão, sem ter sido totalmente mapeada. Os estudos apontam que a própria rocha da caverna continha fósseis, um tipo de ocorrência incomum no Brasil. Esses fósseis são de invertebrados marinhos, como corais, moluscos e lírios-do-mar, e datam do período carbonífero, situado entre aproximadamente 350 e 300 milhões de anos atrás.
*Com informações da Agência Pará
Foto: Ascom Fapespa