Docentes da Ufopa assumem cargos estratégicos no governo federal e focam a Amazônia como pauta
A atual administração do governo federal terá três docentes da Ufopa em cargos estratégicos, o que poderá influenciar a tomada de decisões quando o tema for a Amazônia.
Profª Drª Raimunda Nonata Monteiro, ex-reitora da Ufopa e docente vinculada ao Instituto de Ciências da Sociedade (ICS), atua como secretária adjunta da Secretaria Executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, subordinada à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República (CDESS), um órgão de escuta e assessoramento para os grandes temas do país.
De acordo com Raimunda Monteiro, o CDESS, criado em 2003, foi muito relevante em assuntos de política econômica e social, principalmente até 2010. Ideias como a expansão do ensino superior tiveram o respaldo do Conselho, resultando nas 19 novas universidades federais criadas naquele período, entre elas a Ufopa. O órgão, recriado neste mês, agrega a missão de propor políticas e ações adequadas às exigências de sustentabilidade.
Ainda segundo a professora Raimunda Monteiro, o CDESS terá mais de 150 participantes, englobando representantes de vários setores empresariais, artistas, movimentos sociais, fóruns e segmentos envolvidos em inovações econômicas e sociais, incluindo representantes do Pará.
Para ela, “como docente que fez parte da fundação da Ufopa, espero levar o nome da nossa Universidade, e do meu querido curso de Gestão Pública e Desenvolvimento Regional, para contribuir num ambiente privilegiado de formulações sobre o futuro do país, tendo a Amazônia como um foco de atenção estratégica. É isso que o ministro Padilha espera da minha atuação como ex-reitora de uma universidade pública, cuja decisão de criação teve no Conselho um vislumbre que se tornou realidade”.
Outra docente convidada a compor a equipe do governo federal foi a Profa. Dra. Antônia do Socorro Pena da Gama, também ligada ao ICS. Ela assumiu o cargo de assessora especial na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.
Professora Socorro Pena falou da expectativa de atuação no cargo e destacou o compromisso com a Amazônia, especialmente quanto aos problemas mais localizados na região Oeste do Pará: “A minha perspectiva ao assumir um cargo na Secretaria de Relações Institucionais é que a gente cumpre uma tarefa pra ajudar a reconstruir o Brasil. A tarefa é desafiadora, porque o princípio aqui é o diálogo, e temos que discutir com diferentes atores do parlamento, a exemplo dos que pertencem ao poder executivo dos estados e municípios. Além disso, há diálogo com a sociedade civil, com as organizações não governamentais e organizações do setor privado. Aqui a gente tem o papel de construir esse processo através do diálogo, e eu acredito que é um desafio muito grande junto ao ministro Alexandre Padilha e sua equipe. Espero que toda essa experiência na Ufopa possa ser importante, porque nós estamos aqui, também, sendo porta voz dos povos amazônicos”.
Professora Socorro Pena destacou a importância de o governo compor uma administração integrada, com pessoas de várias regiões do Brasil. “É isso que vejo na Secretaria de Relações Institucionais, e é bem gratificante. Acho que é um desafio e um compromisso político, educacional, como o que a gente tem com a Amazônia, com nossos problemas mais localizados na região Oeste do Pará”.
Mais uma marca da Ufopa no governo federal, e que deve agregar ações em benefício da ciência e das mulheres, é a da Profa. Dra. Carla Ramos, também do ICS. Ela assumiu o cargo de diretora de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política da Secretaria Nacional de Articulação Institucional.
Para a reitora da Ufopa, Aldenize Xavier, a participação das docentes, além de trazer vários benefícios, contribui para maior evidência da Universidade, que se insere entre as pautas regionais. “Vivemos em um país muito desigual, e quando se trata de aspectos regionais, essas disparidades ficam ainda mais acentuadas. O fator Amazônia pouco se reflete em políticas públicas que visem a combater estas distorções. Termos servidoras da Ufopa em áreas estratégicas do governo federal para discutir e implantar políticas públicas que minimizem essas distorções é uma das formas de nossas demandas regionais serem pautadas em vários setores. É uma forma também de a nossa instituição estar no centro do debate”.
Fonte: Comunicação/Ufopa