CURSO DE BOMBEIRO CIVIL FORMA QUILOMBOLAS E INDÍGENAS DE ORIXIMINÁ (PA)
Não há dúvida de que a educação tem o poder de transformar e extrair o
melhor do potencial que cada um tem. Por acreditar nesta premissa, a Mineração Rio
do Norte (MRN) investe no eixo de educação, apoiando diversas iniciativas. Com o
suporte técnico e parceria do Centro de Estudos Sociais Interestadual (CESI), a
empresa conduziu o projeto piloto de capacitação profissional de comunitários do
município de Oriximiná, no oeste do Pará. Os primeiros frutos dessa experiência já
foram colhidos. Mais de 30 alunos, oriundos da comunidade quilombola Boa Vista e
aldeia indígena Mapuera, receberam, na última terça-feira (02), o certificado do curso
de Qualificação de Bombeiro Civil.
A capacitação teve carga horária de 240 horas, com parte teórica e prática. Os
alunos tiveram acesso ao aprendizado sobre prevenção e combate a incêndio;
aspectos legais, teoria do fogo, proteção contra incêndio, técnicas de combate a
incêndio; equipamentos de operação manual, equipamentos de sistemas fixo e
operação automática e equipamentos auxiliares; EPI e EPR (Legislação, proteção
individual, origem e os riscos) e salvamento em altura, normas, procedimentos,
técnicas de resgate, entre outros.
“A realização do curso de bombeiro civil, teve como propósito incentivar a
qualificação profissional de Quilombolas e Indígenas da região do Município de
Oriximiná. O objetivo é prepará-los tecnicamente, para que eles tenham
oportunidades de ingressar no mercado de trabalho, garantindo um futuro de sucesso,
explicou Elessandra Correa, analista de Relações Comunitárias da MRN. Ela destaca
que foi feito um mapeamento para identificar as principais oportunidades locais e,
entre as demandas, sobressaíram os cursos de bombeiro civil e vulcanizador.
O professor e pesquisador Marcelino Conti é voluntário do CESI e se diz
orgulhoso de ter intermediado a parceria entre o centro e a MRN. Ele destacou que o
curso de bombeiro civil é parte de um projeto maior de desenvolvimento regional. “A
partir das vertentes de qualificação profissional e elevação da escolaridade, vamos
atingir as áreas ribeirinhas e quilombos no entorno da empresa para que essas pessoas
possam competir no mercado de trabalho e tenham geração de renda e, quem sabe,
possam preencher as vagas de emprego na própria mineradora”, comentou.
Conti ressaltou que o potencial nas comunidades é imenso e que muitos
talentos precisam ser aproveitados. “Temos pessoas que estão aptas a desenvolver
competências e habilidades necessárias para conquistar qualquer vaga dentro da
MRN. O que falta são oportunidades. Dessa forma, estamos proporcionando essa
chance para que as pessoas cheguem preparadas para competir de igual para igual”,
completou.
Criado em 1999 como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
(OSCIP), o CESI foi idealizado por pesquisadores e ativistas humanitários para atuar nas
comunidades e periferia do Rio de Janeiro. O centro compõe uma rede de movimentos da sociedade civil, que trabalham com políticas antirracistas e de integração dos
negros.
Portas abertas
Casado e pai de duas filhas, Rafael Sena, de 32 anos, disse estar grato pela
oportunidade e não vê a hora de colocar em prática o que aprendeu no curso.
“Agradeço a oportunidade desta capacitação. Foram 30 dias de teoria e prática. Meu
objetivo, depois destas portas abertas, é que a gente não pare. A turma está focada e
em busca de oportunidades. Estou muito feliz com o resultado, não esperava que fosse
tudo isso o aprendizado. A equipe é nota 1000. Acredito, que depois desta
capacitação, vamos conseguir algo bem melhor”, declarou.
Marilene dos Santos, 43 anos, também compartilha da mesma alegria que
Rafael. “Agradeço de coração essa oportunidade. Chegamos até o topo com força e
com coragem, alcançando nosso objetivo de concluir o curso. Agora são 32 pessoas na
comunidade Boa Vista, para ajudar, fortalecer e dizer que, hoje, nós somos bombeiros
civis. Agradeço à MRN e ao professor Conti por todo apoio. Tivemos desafios,
enfrentando sol e chuva, mas ninguém desistiu e teve garra para ir até o fim. Queria
dizer que, por meio desta experiência, nossa expectativa é que se abram as portas
para que não paremos só neste curso, mas tenhamos outras oportunidades”, afirmou.
Fonte: MRN
Foto: Juraci Vale