Primeira estação da Rede Sonda no Pará vai funcionar na Ufopa a partir de novembro
A Rede Sonda (Sistema de Organização Nacional de Dados Ambientais) é um projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e parceiros para o monitoramento de variáveis ambientais, com foco nas energias renováveis, como a energia solar e a energia eólica. Em Santarém, está sendo instalada a primeira estação do Sonda no estado do Pará, e está prevista para começar a funcionar ainda na primeira quinzena de novembro.
A estação vai funcionar na Fazenda Experimental da Universidade Federal do Oeste do Pará, localizada às margens da Rodovia Santarém–Curuá-Una (PA-370), km 37, no município de Santarém. Na Ufopa, o projeto será acompanhado pela equipe do curso de Ciências Atmosféricas, do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG), tendo como coordenador local do Sonda o professor Theomar Neves, coordenador do curso. Da equipe fazem parte os professores Lucas Peres, Antônio Marcos Andrade, Rodrigo da Silva, Raphael Tapajós, todos do IEG, e o professor Gabriel Brito, do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef).
A rede de coleta de dados Sonda conta com estações de medição distribuídas por todo o território brasileiro. As discussões para essa parceria começaram em abril de 2019, por meio da coordenação do curso de Ciências Atmosféricas.
Segundo o professor Theomar Neves, o investimento em larga escala nas energias solar e eólica no Brasil é inibido pela falta de informações adequadas e confiáveis sobre a disponibilidade e a variabilidade desses recursos. “A importância desse projeto é que o desenvolvimento do Sonda pode reverter essa falta de informação”, destacou.
Em todo o território brasileiro, estão em funcionamento 20 estações do Sonda, conforme o mapa:
Entre as metas dessa rede de parcerias estão: formação de uma base de dados de superfície necessária ao levantamento, avaliação e acompanhamento dos recursos de energia solar e eólica no Brasil; apoio ao projeto SWERA (Solar and Wind Energy Resource Assessment) no Brasil; estudo da variabilidade dos recursos de energia solar e eólica no Brasil; desenvolvimento e implementação de diversos produtos e serviços a serem disponibilizados ao público; e formação de recursos humanos na área de interface clima-energia renovável.
Os trabalhos de instrumentação da plataforma estão em andamento. Serão instalados radiômetros, que medem a radiação solar, e o sistema Aeronet, que possibilita medir o aerossol e o vapor da água, instrumentos importantes para o acompanhamento das questões relacionadas ao clima na região, assim como às queimadas. Também haverá equipamentos para acompanhar a nebulosidade registrada na região, a camada de ozônio e radiação ultravioleta, entre outros instrumentos.
De acordo com o professor Lucas Peres, que faz parte da equipe que acompanha o processo da instalação da estação, “a Ufopa está emprestando essa infraestrutura de local, instalação elétrica, de Internet e do ponto dentro da região Amazônica, onde o curso de Ciências Atmosféricas tem interesse de utilizar esses dados ambientais e fazer ciência desses dados”.
O coordenador local do Sonda reforça a importância da participação da Universidade no projeto, tanto para a instituição quanto para a sociedade em geral. “A Ufopa entra com uma equipe qualificada com doutores em diversas áreas, capacitados para manter a estação em funcionamento e, a partir das coletas de dados, produzir conhecimento científico útil para a sociedade e academia. Diversas pesquisas deverão ser produzidas ao longo do funcionamento da Rede Sonda na instituição, melhorando ainda mais o conhecimento de todos, inclusive dos discentes da instituição, os quais vão poder colaborar e aprender na prática sobre instrumentação, coleta e aplicações da meteorologia”, disse professor Theomar Neves.
Segundo ele, o Sonda trará informações para enriquecer o conhecimento local, tanto na formação dos alunos, quanto no auxílio de informações importantes para o plantio e criação de animais. “Com esse projeto, além do fortalecimento da ideia da criação do observatório atmosférico da Amazônia, nossos alunos terão mais aulas práticas e nossos docentes poderão fazer mais pesquisas a partir desses dados, enriquecendo o conhecimento da atmosfera local”, completou Neves.
Fonte: Comunicação/Ufopa