Morte de eletricista em elevador completa 1 ano e inquérito não foi concluído por falta de perícia do CPC

No dia 24 de julho de 2019, a queda de um elevador em uma residência localizada na Travessa Joaquim Braga, centro comercial de Santarém, no oeste do Pará, provocou a morte do eletricista Junior Clésio Moraes Costa, de 33 anos. Um ano após o ocorrido, o inquérito policial para apurar as causas e de quem seria a responsabilidade pelo ocorrido segue em aberto devido a lentidão do Centro de Pericias Cientificas Renato Chaves (CPC), que não conseguiu concluir o laudo.

Segundo apurou o Portal Aldeia News, coube ao CPC fazer a perícia. Parte da cabo que sustentava o elevador foi enviada a Belém em setembro do ano passado. Porém, até o momento, o órgão não concluiu o trabalho.

De acordo com um levantamento feito pela reportagem, a entrega de laudos do CPC em casos como este leva em média 1 ano. A reportagem tentou contato com o Centro de Perícias, mas ninguém quis se pronunciar sobre o caso.

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Junior Clésio Moraes Costa era eletricista e tinha 33 anos. Foto: Arquivo pessoal.

Apuração dos fatos

É a partir da conclusão do laudo que a Polícia Civil pode encerrar o inquérito e dar os devidos encaminhamentos. Por meio da análise feita pelos peritos do CPC vai ser possível apontar se houve uma fatalidade ou se tudo ocorreu devido a negligência.

A polícia deve avaliar também se há indícios de irregularidades na obra, se ocorreu alguma falha no procedimento de instalação do elevador que colocou em risco o trabalhador ou até mesmo se houve falha do fabricante do equipamento.

No dia do ocorrido, de acordo com o Boletim de Ocorrência registrado na 16ª Seccional de Polícia Civil, a queda do elevador ocorreu por volta das 9h. Ao chegar no local, o engenheiro responsável constatou que o eletricista Junio Clésio veio a óbito no local, vitimado pela queda do elevador que estava sendo instalado.

Segundo testemunhas, o elevador era do tipo residencial panorâmico, parecido com uma cápsula, e Junio estava trabalhando na caixa de comando que ficava no centro, instalada no chão, quando parte do equipamento despencou e surpreendeu o trabalhador que não teve tempo de sair.

Elevador era do tipo residencial panorâmico, parecido com uma cápsula. Foto: Elevac/Divulgação

Mudança de delegado

O inquérito deve mudar de delegado. Quem presidia era o delegado Nelson Silva, entretanto, ele foi afastado por motivo de saúde há 5 meses. Uma declaração de avocação deve transferir o caso a outro delegado. Trata-se do delegado Tiago Mendes, que atualmente é um dos plantonistas, e deve assumir a presidência do inquérito em breve.