Meio AmbienteNotícias

Contagens indicam mais de 5.500 pirarucus na várzea do Baixo Amazonas em 2019

Realizadas nas comunidades de Santa Maria do Tapará, Costa do Tapará, Pixuna do Tapará, Tapará Miri, Ilha do Carmo e Urucurituba, as contagens identificaram o número total de 5.574 pirarucus em 19 lagos, sendo 3.018 (54 %) bodecos e 2.556 adultos (46 %). Os números representam cota de 767 pirarucus a serem capturados sustentavelmente durante a pesca de 2020 e uma estimativa de produção aproximada de 21 toneladas de manta.

Segundo a bióloga da Sapopema, Poliane Batista, Tapará Miri foi a comunidade que apresentou maior número pirarucu contabilizados, seguida de Pixuna, Santa Maria, Costa do Tapará, Urucurituba e Ilha do Carmo. Somente nos lagos das quatro comunidades do PAE Tapará foram contados 5.274 (2.868 bodecos e 2.406 adultos), indicando potencial de produção de aproximadamente 20 toneladas de pirarucu sustentável.

Os dados são do relatório técnico anual do manejo feito pela Sociedade Para Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente – Sapopema que oferece assessoria técnica ao manejo de pirarucu na região. Os resultados simbolizam o fortalecimento da pesca sustentável de pirarucu como fonte de renda viável a ribeirinhos.

Além da conservação, os manejadores de três comunidades (Tapará Miri, Costa do Tapará e Tapará Grande) estão participando do projeto de empreendedorismo fruto da parceria entre o Sebrae, Sapopema e Colônia de Pescadores Z-20.

A proposta é promover o desenvolvimento, aumentar o faturamento, produtividade e renda dos pescadores, além da elevação da capacidade competitiva dos pescadores artesanais de pirarucu manejado, fortalecendo o ordenamento e a gestão da pesca sustentável.

Histórico de contagens dos pirarucus

Pixuna, Santa Maria, Tapará Miri e Ilha do Carmo são as comunidades que desenvolvem contagens de pirarucu com assessoria da SAPOPEMA há mais tempo, desde 2012. Em 2014 a comunidade de Urucurituba iniciou esse trabalho, e posteriormente, em 2018, a comunidade de Costa do Tapará (que trabalha juntamente com Tapará Grande).

Entre 2012 e 2019, as comunidades de Tapará Miri, Santa Maria e Pixuna apresentaram aumento de 145 % no número de pirarucus nos respectivos lagos. No mesmo período Ilha do Carmo demonstrou aumento de 70 %.

Na comunidade de Urucurituba, as contagens indicaram aumento de 83% no número de pirarucus no lago do Sinezil, único contado na comunidade entre 2014 e 2019.