Mesmo com licenciamento suspenso, mineradora Belo Sun continua a prospectar ouro em Altamira

Mesmo com o licenciamento suspenso, os dados revelam que a Belo Sun continua a prospectar ouro e coleciona avanços burocráticos em 2019 e 2018.

As ações civis públicas que enfrenta não tem impedido a mineradora canadense de continuar a pesquisar em limites que ficam dentro de terras indígenas no Pará, norte do Brasil.

Dados exclusivos e um mapa obtidos via Lei de Acesso à Informação mostram que a mineradora tem 11 processos de pesquisa abertos na Agência Nacional de Mineração (ANM) que incidem diretamente sobre as TIs Arara da Volta Grande do Xingu e Trincheira Bacajá.

Planejado para ser a maior de exploração de ouro a céu aberto da América Latina, com a extração de 74 toneladas do minério em 20 anos de operação, o projeto está localizado entre as cidades de Altamira e Senador José Porfírio, na Volta Grande do Xingu. A mineradora pretende investir R$ 4 bilhões no projeto.

A região já é duramente afetada pelos impactos da hidrelétrica de Belo Monte, o desmatamento, a especulação fundiária e a escalada da violência recente.

A Belo Sun, listada na bolsa de valores de Toronto, pertence ao grupo canadense Forbes & Manhattan Inc., uma empresa de capital fechado que desenvolve projetos internacionais de mineração e explora ouro na África, metais ferrosos na Ucrânia, cobre, óleo e gás na América do Norte, e tem um vasto portfólio pelo mundo, incluindo a extração de xisto no sul do Brasil e de potássio no Amazonas.

A mina de potássio no Amazonas também coleciona violações socioambientais e quer ser instalada em território indígena.

No blog que mantém sobre o projeto, a Belo Sun afirma que uma equipe liderada por antropólogos atuou várias semanas na região do projeto.

“Não foram identificados impactos nos meios físico e biótico, assim como interações socioeconômicas e culturais que afetem o meio ambiente e os indígenas que ali vivem”, alega a mineradora.

Impacto Ambiental

O projeto da Belo Sun também prevê a construção de uma barragem de rejeitos, com capacidade para 35 milhões de metros cúbicos – volume bem próximo da barragem que se rompeu em Mariana em 2015.

Segundo a análise técnica do MPF, há risco real de rompimento que exige “cautela excepcional” por poder causar “consequências incalculáveis”.

Para acessar a matéria complete clique aqui.

Fonte: Mongabay